Dengue e Chikungunya : Anvisa atualiza critérios para doadores e pacientes em tratamentos de fertilização in vitro

Dengue e Chikungunya : Anvisa atualiza critérios para doadores e pacientes em tratamentos de fertilização in vitro

Pessoas que tiveram as doenças ou tomaram a vacina contra dengue devem adiar os tratamentos e doações.

Anvisa atualizou as diretrizes para seleção e triagem de doadores e pacientes em tratamentos de reprodução humana assistida, frente ao cenário de surtos de Dengue e Chikungunya no país.

Isso porque, além dos sintomas clássicos (febre alta, dores articulares e hemorragias), ambas as doenças podem ser transmitidas verticalmente (durante a gestação ou parto) e estão associadas a complicações como prematuridade, óbitos fetais e infecções neonatais

Agora, doadores de gametas (oócitos e sêmen) e embriões, nacionais ou importados, devem passar por um questionário clínico e epidemiológico a cada doação, avaliando sinais dessas infecções.

Para pessoas que tiveram as doenças ou tomaram a vacina contra dengue, por exemplo, a orientação é de adiamento dos tratamentos de fertilização in vitro e dos procedimentos de doação, conforme os critérios abaixo:

Doadores infectados com Dengue ou Chikungunya ficam inaptos por 30 dias após a recuperação completa.
Casos de Dengue grave exigem um período de inaptidão de 6 meses.
Doadores que tiveram contato sexual com infectados devem aguardar 30 dias após o último contato.
Quem recebeu a vacina contra Dengue deve aguardar 30 dias para doar.

Em 2024 o Brasil registrou 6,6 milhões de casos de dengue e 260 mil e chikungunya, doenças que podem comprometer a segurança de doadores, pacientes e gestações.

Importação e uso próprio

As mesmas regras se aplicam a doadores estrangeiros de regiões afetadas. Empresas habilitadas para importação de gametas e embriões e os Centros de Reprodução Humana Assistida (CRHA) devem intensificar a comunicação com doadores e garantir a avaliação das medidas adotadas por fornecedores internacionais.

Para pacientes que realizam procedimentos de reprodução humana para uso próprio, as mesmas restrições se aplicam. No entanto, a liberação excepcional pode ser considerada, desde que embasada em uma análise de risco-benefício e formalizada no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), conforme previsto na RDC nº 771/2022.

Biovigilância

As orientações completas da Anvisa estão detalhadas na Nota Técnica nº 8/2025. O documento orienta os Centros de Reprodução Humana Assistida (CRHA) e vigilâncias sanitárias locais e traz detalhes sobre triagem clínica, importação de materiais e protocolos de emergência.

Além disso, eventos adversos graves em procedimentos de reprodução assistida – como transmissão de doenças infecciosas – devem ser notificados em até 24 horas pelo sistema de Biovigilância:

🔗 Portal de Notificação de Eventos Adversos.
https://pesquisa.anvisa.gov.br/index.php/241757

Os CRHAs têm autonomia para adotar critérios mais restritivos conforme a realidade local.

Fonte:
https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa/2025/dengue-e-chikungunya-anvisa-atualiza-criterios-para-doadores-e-pacientes-em-tratamentos-de-fertilizacao-in-vitro